As abelhas sabem mais sobre matemática do que você imagina

Atualizado em: 22/12/2023

Aqui no blog do Mentalidades Matemáticas você já viu diversos exemplos de que a matemática está presente na natureza. E, no post de hoje, vamos falar sobre um dos seres vivos em cuja rotina a disciplina dos números está mais do que presente: as abelhas. Pode acreditar, essas pequenas criaturas carregam conceitos quase que instintivos da matemática, e nós vamos te provar!

Colmeias: uma aula de geometria

Você já parou para reparar nas colmeias das abelhas? Essa estrutura onde os insetos moram e depositam cera e mel é composta por vários hexágonos. E é claro que isso não é por acaso: a escolha dessa forma permite a utilização da menor quantidade de material. 

Existe até um nome para esse fenômeno na matemática: Minimax. Trata-se do método para minimizar a possível perda máxima, ou, em outras palavras, procurar o máximo de uma quantidade com o mínimo de outra. 

E como as abelhas aproveitam esses alvéolos para guardar a cera que elas produzem, por terem formas hexagonais, eles permitem a maior capacidade de armazenamento para a menor porção de cera.

Diversos matemáticos estudaram as colmeias e seus alvéolos, a começar pelo grego Pappus de Alexandria. Depois dele, vieram franceses, britânicos e outros estudiosos da matemática de diversas nacionalidades para tentar entender a geometria instintiva das abelhas. E eles provaram em suas teorias que esses animais realmente dominam a matemática.

Para entender melhor essa história, assista o vídeo a seguir produzido pela equipe do projeto Matemática Multimídia, da Unicamp:

O professor Carlos Peixoto também abordou o tema no primeiro episódio do seu podcast Teorema na Tela, onde explicou, ainda, o conceito de ladrilhamento. Clique aqui para ouvir.

Abelhas, matemática e problemas

Mas além da geometria, parece que as abelhas sabem até mesmo resolver problemas matemáticos. Em um recente estudo feito no Reino Unido pela Universidade de Sheffield, pesquisadores notaram que os animais podem descobrir resoluções por meio de pistas visuais. 

Para chegar a essa conclusão, os cientistas propuseram um pequeno desafio a dois grupos de abelhas: elas tinham que identificar cartazes com diferentes números de formas. As abelhas  do primeiro grupo foram treinadas para encontrar uma recompensa açucarada nos cartazes que exibiam o maior número de formas. Já para o segundo grupo, eram os cartazes com o menor número de formas que levavam às recompensas. 

E não é que elas tiraram de letra? “Uma vez que as abelhas aprenderam essa regra, elas foram capazes de identificar rapidamente o cartaz com o maior ou menor número de formas para encontrar a guloseima açucarada”, noticiou a universidade.

Os pesquisadores também realizaram o teste usando cartazes com o mesmo número de formas, mas que se diferenciavam em outras características como no comprimento da borda. Essa nova etapa tinha como objetivo se certificar de que as abelhas não estavam usando pistas numéricas. E, mais uma vez, elas surpreenderam: aquelas treinadas para encontrar os cartazes com o maior número de formas voaram para as peças com o maior nível de variáveis. Já as do segundo grupo foram rumo aos cartazes com menos variáveis.

“Isso não significa que as abelhas ou outros animais não verbais não entendam números, mas sugere que os animais usam propriedades não numéricas para resolver os problemas matemáticos que frequentemente enfrentam se essas informações estiverem disponíveis”, declarou HaDi MaBouDi, o principal autor do estudo. 

Assista também

Para ficar mais inspirado pela matemática das abelhas, veja o vídeo a seguir, que mostra a beleza dos padrões (das abelhas e muito mais!):