Internet das coisas vai revolucionar o nosso modo de viver

29 de setembro de 2020

Atualizado em: 22/12/2023

Objetos inteligentes já são realidade e vão ocupar mais espaço nos próximos anos

Fim do dia e, ao deixar o prédio onde trabalha, seu celular avisa que o metrô será a maneira mais rápida de chegar em casa. Você aceita a sugestão, e seu carro renova automaticamente a diária do estacionamento. No vagão, decide fazer um macarrão para jantar, mas seu armário na dispensa lembra que não há molho de tomate; a geladeira alerta que o suco está no fim – e armário e geladeira encomendam ao supermercado estes alimentos. Ao chegar em casa, as luzes da sala se acendem e o ar-condicionado já está na temperatura ideal. As compras chegam, e a TV anuncia que o jogo do seu time do coração começa às 21h. 

Futuro distante? Com a chamada “internet das coisas”, esta realidade está cada vez mais próxima.

Objetos que interagem entre si e com as pessoas, tornando a vida mais fácil – essa é a internet das coisas (IdC ou IoT, Internet of Things, em inglês). Uma rede de objetos capazes de coletar, armazenar e transmitir informações, em tempo real e de forma autônoma, para outras redes e servidores. Uma área de conhecimento em expansão, com aplicações em diferentes setores como transportes, saúde, segurança, entretenimento e meio ambiente.

“A internet das coisas já está impactando nossas vidas. Vivemos a era da conectividade, nos sentimos ‘nus’ quando esquecemos o celular em casa, por exemplo. O ser humano é dependente de informações. Estamos em um momento em que interagimos o tempo todo com o ambiente em que vivemos”, afirmou Waldo Russo, consultor em telemática.

O termo “internet das coisas” surgiu em 1999, quando Kevin Ashton, pesquisador britânico do MIT (Instituto de Tecnologia de Massachusetts – EUA) escreveu o artigo “A Coisa da Internet das Coisas”. Ashton tentava convencer a empresa em que trabalhava a rastrear seus produtos, inserindo uma identificação de radiofrequência que geraria dados sobre localização. Precisava de um nome que chamasse a atenção dos diretores na apresentação. Surgiu então  a expressão.

Quais são as características desse objeto? Ele precisa de uma identidade única e exclusiva, um código de barras, um endereço IP, RFID (identificação por radiofrequência, como no sistema “Sem Parar”). Sensores para fornecer visão ou temperatura, peso ou posição – que se transformarão em dados, e assim, o objeto precisa de alguma capacidade para processá-los. Tem capacidade de enviar ou receber dados por um sistema de comunicação, como wi-fi ou bluetooth. Essas informações irão para um servidor, que fará uma análise para descobrir os padrões de comportamento do objeto – e aqui reside a inteligência, o coração da IdC.

Mas a expressão de Ashton só começou a ficar conhecida a partir de 2008, ano em que as empresas começaram a aproveitar a maior velocidade da internet. Hoje, com a queda no preço dos sensores, redes sem fio em quase todos os lugares, baterias mais eficientes, processadores mais poderosos explorando a computação na nuvem e outras tecnologias, a IdC cresce, pois é possível armazenar e analisar com mais qualidade um gigantesco volume de dados. 

Mas todo avanço tecnológico tem seus desafios e questões éticas. A primeira é a segurança, afinal ela não está imune à invasões, vírus, spam, problemas nos softwares, etc. Outro ponto é a privacidade. Com tantos objetos conectados, a produção de dados é enorme e as informações sobre os usuários também. Você compartilha os dados sobre sua saúde com seu médico, mas outras empresas devem acessá-los? E a infraestrutura e meio ambiente: são dezenas de bilhões de aparelhos conectados e logo serão centenas de bilhões. É um modelo sustentável? 

IdC no Brasil hoje

Mas qual é o estágio da IdC no Brasil? No campo das políticas públicas, em junho de 2019 foi assinado o decreto do Plano Nacional da Internet das Coisas, que traça objetivos e aponta áreas prioritárias: saúde, cidades e agricultura. O Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovações em parceria com BNDES selecionou 15 projetos para serem implementados, entre eles o ConnectAgro 4.0 (CampoConectado), da PUC-Rio.

“Esse projeto busca otimização de recursos energéticos, recursos naturais, insumos e maquinário agrícolas, além de soluções ligadas ao pequeno agricultor”, explica Waldo Russo, que participa do projeto. 

Casas já possuem assistentes virtuais como Siri, Alexa, ou Google Assistente, que controlam objetos conectados pelo celular, aprendem os hábitos dos usuários e são capazes de interagir e conversar por meio de comandos de voz. Alguns carros já possuem assistentes com informações sobre as partes do veículos. Outras empresas desenvolvem carros autônomos, que se comunicam e propiciam uma direção mais segura e econômica. 

Nas indústrias, a IdC controla estoques, espaços nos armazéns e usa drones para buscar produtos. A Amazon recebeu autorização para operar drones de entregas nos EUA. Plantações e criações de animais monitoradas remotamente e com os dados sobre o clima oferecem uma gestão mais eficiente de recursos. Sensores de luminosidade, calor e presença são instalados em edifícios comerciais e controlam iluminação e temperatura de cada ambiente automaticamente. Até reservas florestais são monitoradas, produzindo dados que auxiliam em sua preservação.

Segundo a consultoria GlobalData, esse mercado movimentará 30 bilhões de dólares só na América Latina até 2023. E um dos profissionais mais requisitados é o cientista de dados, que transforma as informações dos objetos em conhecimentos de utilidade prática. As áreas mais promissoras, segundo o especialista em IoT disse Gabriel Martins, à revista Exame, estão na indústria, no agronegócio e na saúde. 

O pesquisador Mark Weiser, considerado o pai da Computação Ubíqua, afirmou que as tecnologias mais importantes são aquelas que “desaparecem”. Elas se integram em nosso cotidiano até serem indistinguíveis. Esse parece ser o desafio e o futuro da internet das coisas.

O Programa Mentalidades Matemáticas acompanha essa evolução tecnológica. Com a série de webinários no Facebook “E a matemática com isso?”, debate com profissionais da educação e outras áreas qual matemática ensinar nas escolas, como preparar os estudantes para o futuro mercado de trabalho. “A matemática é uma ferramenta para tudo na nossa vida e um pilar para a tecnologia. É fundamental os jovens estudantes entenderem isso desde cedo”, afirmou Russo.

Destaque para os encontros “O mercado de trabalho e o papel da matemática pós-pandemia” e “Ciência de dados: o futuro é agora!”  Assista a íntegra dos vídeos no Facebook do Mentalidades Matemáticas. ou no canal do Youtube do Programa.


Mentalidades Matemáticas

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