O impacto do Curso de Férias do Programa Mentalidades Matemáticas no aprendizado dos alunos foi tema de uma reportagem do Jornal da Record, no sábado (22). A repórter Cleisla Garcia mostrou que as 70 crianças de escolas públicas de Cotia (SP) obtiveram um salto no conhecimento da disciplina equivalente a 1,3 ano de escolaridade em matemática em apenas 10 dias. O resultado, apurado no estudo do Centro de Pesquisas Youcubed da Universidade Stanford (EUA), também foi noticiado pela Agência Brasil, Revista Galileu, UOL, Porvir, Revista Educação, Isto É, entre outros.
Em janeiro, Cleisla Garcia conheceu de perto o Curso de Férias Mentalidades Matemáticas. Ela fez uma reportagem para o Jornal da Record no primeiro dia dos alunos aprendendo com a nova abordagem. A matéria mostrou o entusiasmo da turma que tinha trocado as férias por aulas de matemática diferentes das habituais. Passados 7 meses, Cleisla voltou a entrevistar a presidente do Instituto Sidarta, Ya Jen Chang, o diretor do Centro de Pesquisas Youcubed da Universidade Stanford, Jack Dieckmann, e dois alunos para mostrar o resultado do curso.
A aluna Johanna Pietra Oliveira contou que tinha dificuldades com a matemática e não tinha boas notas. Sua mãe, professora do Ensino Fundamental confirmou, “ela chorava, ficava triste e eu ficava triste também”. A participação no Curso de Férias deixou Johanna mais confiante e calma para enfrentar os números. Mudança também percebida por Mateus Oliveira. “Agora que fiz o curso, estou aprendendo mais coisas e com menos medo de errar”, afirmou o estudante.
Para mostrar o cenário da educação, a matéria resgatou os resultados do último PISA (Programa Internacional de Avaliação de Estudantes), em que 68% dos alunos brasileiros com 15 anos de idade não possuem um entendimento básico de matemática. E apontou que para transformar esse quadro é preciso mudar a relação dos alunos com a disciplina, como foi feito no Curso de Férias.
“Estamos apresentando a matemática de uma forma nova, sem medo, porque eles sabem que quando eles se esforçam, eles vão conseguir”, disse Dieckmann.
Para Ya Jen Chang, presidente do Instituto Sidarta, é uma a alegria ver os resultados e saber que as crianças têm esse potencial de aprendizagem. O desafio dos educadores é fazer esse potencial desabrochar.
Resultados obtidos pelo Curso de Férias repercutem na imprensa
O avanço equivalente a 1,3 ano de escolaridade em matemática também foi tema de reportagem na Agência Brasil. “Como um estudo de validação, estamos construindo evidências para o Mentalidades Matemáticas fora do contexto original nos Estados Unidos. A equipe do Sidarta implementou o programa em uma escola pública brasileira, mostrando que, com a escolha certa das práticas de ensino e currículo, estudantes de todas as origens podem desfrutar e se sentirem capazes em matemática”, afirmou Dieckmann.
A reportagem aponta que o sucesso do Curso de Férias pode fazer com que a parceria com o Itaú Social seja estendida, levando a abordagem para outras regiões do país, como tecnologia social para redes públicas de ensino. “Estes resultados significam que mais estudantes podem se beneficiar, não só o grupo que já apresenta um bom desempenho, aspecto fundamental para colocarmos a metodologia à disposição de municípios e estados parceiros”, destacou a especialista em educação do Itaú Social Juliana Yade.
A matéria da Agência Brasil, uma das principais distribuidoras de conteúdo jornalístico, foi replicada por 38 veículos em 8 estados. Portais como UOL e IstoÉ também publicaram o texto.
Na Revista Galileu, os resultados foram classificados como “surpreendentes” e a matéria lembrou do papel dos instrutores no estímulo aos estudantes e na transmissão da mensagem de que existem diversas estratégias para chegar ao resultado de uma questão. “Isso fez com que os alunos se sentissem seguros e que percebessem que suas ideias estavam sendo acolhidas”. Eles entenderam que qualquer coisa que falassem ia ajudar o grupo a atingir os objetivos do exercício”, disse Maitê Salinas formadora do Programa Mentalidades Matemáticas.
Sites voltados para educação também deram destaque ao impacto do Curso de Férias na escolaridade dos alunos. Revista Educação, Escola Educação e Porvir, por exemplo, fizeram reportagens sobre o avanço dos alunos.
Ao Porvir, Ya Jen disse que a chave do Mentalidades Matemáticas está em uma abordagem mais aberta, criativa e visual, que engaja cada aluno na construção do seu raciocínio matemático. “Nesse processo de investigação, a heterogeneidade de olhares dos alunos frequentemente contribui para uma visão mais completa do problema e por consequência uma melhor solução. Outro componente importante é apoiar os alunos a estabelecerem relações e conexões entre ideias matemáticas – um conceito fundamental para entender a matemática de forma mais profunda”, afirmou.
