Mentalidades Matemáticas é destaque no Canal Futura

06 de março de 2020

Atualizado em: 04/01/2024

‘Programa Conexão’ debateu formas inovadoras de ensinar matemática

Como ensinar matemática de uma maneira mais criativa e visual para nossos estudantes? Esta foi a questão central do “Programa Conexão”, do Canal Futura, exibido em 13 de fevereiro, que contou com a participação de Ya Jen Chang, presidente do Instituto Sidarta, instituição que criou o Mentalidades Matemáticas. Apresentado por Bernardo Menezes, o “Conexão” teve como tema A Matemática na nova BNCC (Base Nacional Curricular Comum). Claudia Petri, coordenadora de Implementação Regional do Itaú Social e Geovane Teles, professor de matemática, também participaram do debate.

A principal mudança na BNCC é a introdução das disciplinas Álgebra, Probabilidade e Estatística no ensino fundamental 1, conteúdos anteriormente oferecidos a partir do ensino médio. Ao ser indagada sobre o papel do professor de matemática em tornar esse conhecimento mais instigante para os estudantes, Ya Jen Chang afirmou que ele precisa vivenciar essa nova prática para poder ensinar seus alunos de forma diferente.

Durante o debate, Ya Jen explicou os princípios do Programa Mentalidades Matemáticas. “Abordamos a disciplina de uma maneira aberta, criativa e visual, que alia os estudos da neurociência com o ensino da matemática. A neurociência diz que, das cinco áreas do cérebro estimuladas ao fazermos cálculos matemáticos, duas são visuais. Ou seja, quando não utilizamos elementos visuais, é como se estivéssemos dirigindo a 60 km/h em uma estrada cuja velocidade permitida é de 100 km/h”, afirmou.

Ya Jen Chang, presidente do Instituto Sidarta; Claudia Petri, coordenadora de Implementação Regional do Itaú Social; e Geovane Teles, professor de matemática participaram de debate sobre ‘A Matemática na BNCC’

Ya Jen contou que o Mentalidades Matemáticas promoveu, em janeiro deste ano, um Curso de Férias em uma escola municipal em Cotia (SP). Durante  10 dias, cerca de 80 alunos do 5º ano que nunca tinha estudado matemática desta forma vivenciaram os princípios da abordagem e utilizaram objetos para aprender conceitos matemáticos, como no exercício Pintando o Cubo. Ya Jen explicou que, na atividade, um cubo maior formado por três pequenos cubos é mergulhado em balde de tinta. Ao retirar esse cubo, as crianças devem dizer quantos cubos tem três lados pintados, dois lados, um lado ou nenhum lado pintado.

“A partir desse desafio, as crianças começaram a enfrentar novas perguntas. E se o cubo tivesse 2 por 2? E 4 por 4? E 5 por 5? Na essência da matemática falamos muito sobre o desenvolvimento de padrões, buscar a generalização dos padrões. Um dos focos desse curso foi apresentar uma matemática em que os meninos tivessem liberdade para criar”, disse a presidente do Instituto Sidarta, enquanto imagens feitas no Curso de Férias eram exibidas no programa.

A matemática visual também faz parte do dia a dia do professor Geovane Telles. Com objetos simples e de baixo custo, como jujubas, palitos de dente e hastes de pirulito, ele ensina geometria espacial, conceitos básicos de triângulos para alunos de todas as séries, incluindo estudantes com problemas de visão.

Jo Boaler e as pesquisas de neurociência

Apresentando o Programa Mentalidades Matemáticas, o “Conexão” exibiu um trecho da palestra de Jo Boaler, professora de educação na Universidade Stanford e cofundadora do Youcubed no Tedx Talks Stanford. No vídeo  “Como você pode ser bom em matemática e outros fatos surpreendentes sobre o aprendizado”, ela relata duas recentes descobertas em pesquisas sobre neurociência. A primeira desmistifica a ideia de que pessoas nascem com um “cérebro para matemática” e outras não; a segunda afirma que errar desenvolve nosso cérebro. Ya Jen Chang comentou que “essa é uma mensagem muito importante. No Curso de Férias, as crianças que conheceram o mito do erro, sentiram-se livres. No processo de aprendizagem precisamos arriscar, testar, errar. Se erramos, persistimos até conseguir dominar aquele conceito”.

A questão de gênero na matemática também foi abordada na conversa por Claudia Petri, do Itaú Social. Ela citou estudos de Jo Boaler que afirmam que quando o trabalho é individual, os meninos se saem melhor, mas quando é colaborativo, as meninas se destacam. “No trabalho em grupo a gente aprende com o outro, aprende mais na interação”, disse.

Sobre formas inovadoras de ensinar matemática, Claudia deu como exemplo a atividade do diamante, utilizado pelos professores que aplicam a abordagem Mentalidades Matemáticas. Para resolver um cálculo, crianças apresentam quatro respostas, duas visuais, uma narrativa sobre o problema e uma representação numérica. “Que processo interessante. É uma  construção. Primeiro eles desenham de duas formas diferentes o problema, depois contam uma história e chegam na aplicação numérica”, explicou Claudia.

No fim do programa, o professor Geovane Telles reforçou a necessidade de uma formação contínua dos professores, seja um profissional recém formado ou que tenha 30 anos de carreira. Ya Jen acrescentou que é fundamental aluno e professor trabalharem juntos em sala. “Falamos muito no professor pesquisador. Ele pode ter a liberdade de não saber tudo sobre um assunto e dizer à classe, ‘vamos pesquisar juntos’? Isto é, o professor também pode ser aprendiz em sala de aula. E as crianças se sentem empoderadas, percebem que não é um ambiente apenas do certo e do errado, mas uma comunidade de aprendizes onde todos estão aprendendo colaborativamente”, concluiu.


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