“Agora eu entendo mais. Eu consegui ver a matemática com várias formas, cores, e vários tipos diferentes de olhar”, disse a menina Anna Luiza, aluna de uma escola de Cotia (SP), ao Jornal Nacional. Ela foi uma dos 68 estudantes do Curso de Férias Mentalidades Matemáticas, que levou a alunos da rede pública a experiência do processo promovido no Brasil pelo Instituto Sidarta.
A reportagem do repórter Renato Biazzi destaca o avanço no aprendizado dos alunos, equivalente a mais de um ano letivo. Comparando o desempenho dos estudantes em duas provas, uma anterior e uma posterior ao curso, demonstrou-se o potencial da abordagem no estímulo ao desenvolvimento do pensamento matemático das crianças. Em dez dias, os alunos avançaram, em média, o equivalente a 1,3 ano de matemática do padrão escolar.
Esse progresso se deve à maneira como o curso aborda a disciplina: afastando as formas tradicionais de ensino e, com isso, criando terreno fértil para o envolvimento com a matemática. A professora de uma das escolas participantes ficou impressionada e comentou ao telejornal de maior audiência do país o diferencial do curso em relação ao ensino tradicional. “É uma forma muito diferente de ensinar que, se for aplicada realmente em todo o ensino, todos os alunos vão ter um ganho enorme”, afirmou.
MM na Folha
“Eu não ia muito bem em matemática, não conhecia muitas formas de resolver os exercícios”, disse a estudante Jakeline dos Santos à Folha de S. Paulo, que publicou a reportagem na seção “Dias Melhores”. A experiência empolgou tanto a menina que, meses depois, ela já pensa em seguir uma carreira que dependa da antes “temida” matemática.
Os mitos em torno da matéria causam imensos impactos negativos, segundo Ya Jen Chang, presidente do Instituto Sidarta, entrevistada pelo jornal de maior circulação do Brasil. “Que tal fazermos as pazes com a matemática e pararmos de nos justificar com ‘sou de humanas, não de exatas’? Somos todos seres matemáticos”, afirmou Ya Jen.
A quebra da rotina do ensino funciona porque suspende os preconceitos que permeiam o olhar para a disciplina, como a de que ela depende de um dom inato (não depende), de que é “coisa de menino” ou que é “para tímidos” (nunca foi exclusivamente nenhum dos dois). O processo do Mentalidades Matemáticas propõe um aprendizado mais colaborativo e comunicativo, que combina prática e aplicação e propõe uma relação amigável com os erros, instigando mais os alunos.
A evolução dos alunos foi certificada pelo Mars (Mathematics Assessment Resource Service), avaliação padronizada de matemática aplicada ao redor do mundo pelas universidades de Berkeley e Nottingham, além de outros centros de ensino.
Outros destaques
O sucesso do Curso de Férias Mentalidades Matemáticas também foi tema do programa Conexão Futura, exibido em 8 de outubro no Canal Futura. O apresentador Bernardo Menezes entrevistou Ya Jen e Juliana Yade, especialista em educação do Itaú Social – instituição parceira do Mentalidades Matemáticas. O programa mostrou a evolução dos alunos no Curso de Férias e detalhou as práticas diferenciadas da abordagem no ensino da matemática.
Em agosto, outros veículos – como Jornal da Record, UOL e Revista Galileu –, também haviam feito reportagens destacando os resultados alcançados pelo curso com os alunos de Cotia (SP).
