Plasticidade cerebral: a descoberta que revolucionou a aprendizagem

11 de janeiro de 2021

Atualizado em: 22/12/2023

Diversos estudos já provaram que aprender transforma nossos cérebros

O aprendizado transforma nossos cérebros. Talvez você já tenha ouvido essa afirmação em um tom motivador, quase como uma frase feita. Mas, nos últimos anos, a ciência tem conferido credibilidade à afirmação. Diversos estudos já provam a capacidade do cérebro de crescer, especialmente quando aprendemos uma ideia nova em profundidade. A essa descoberta dá-se o nome de plasticidade cerebral e, mais do que a ciência, ela tem ampliado os horizontes da educação, da medicina e de muitas outras áreas. 

Em linhas gerais, plasticidade cerebral refere-se à capacidade de alteração do sistema nervoso. E por que isso é tão revolucionário? Ora, antigamente acreditava-se que os cérebros não podiam ser alterados. Por isso ideias como a existência de pessoas “boas” e “ruins” em algo foram, e ainda são, tão disseminadas. Agora, quando a ciência prova que o cérebro pode crescer e até mesmo adaptar-se, essas ideias se esvaem, dando lugar ao conceito de que com empenho e estímulos certos, podemos transformar nossos cérebros e aprender o que quisermos.

Na prática

Um dos estudos sobre plasticidade cerebral avaliou os famosos motoristas de táxis pretos de Londres. A escolha do público analisado se deu por conta do treinamento complexo que eles precisam passar para conquistar sua licença. Para se ter uma ideia, são necessários de dois a quatro anos de estudo para dirigir um táxi preto, sendo preciso memorizar nada menos que 25 mil ruas num raio de 10 km do centro da capital inglesa.

A pesquisa se dedicou a procurar possíveis mudanças cerebrais nos taxistas por conta desse treinamento, e encontraram. Os cientistas constataram que o hipocampo, ou seja, a área cerebral responsável pela aquisição de informações espaciais e pelo processamento de memórias, cresceu significativamente nos motoristas. 

Ainda foram feitas comparações, também por meio de estudos, entre motoristas de táxis pretos e de ônibus. Estes aprendem apenas rotas simples e singulares para executar seu trabalho. As análises mostraram que o crescimento cerebral foi diferente entre os grupos, provando que o treinamento complexo dos taxistas foi mesmo a razão para seu crescimento cerebral.

Reforçando a conclusão do estudo, outra pesquisa, feita pelo Instituto Nacional de Saúde Mental dos Estados Unidos, comparou dois grupos de pessoas durante a realização de um exercício. O primeiro grupo foi orientado a trabalhar diariamente na atividade, durante três semanas. Já o segundo não realizou nenhum treinamento. Conclusão: aqueles que trabalharam apresentaram mudanças cerebrais estruturais. A dedicação de 10 minutos diários ao exercício configurou em uma tarefa mental que fez seus cérebros crescerem. O quão essa descoberta é útil para a educação, não é mesmo?

Regeneração

A plasticidade cerebral também se destaca em estudos que avaliam a recuperação de pacientes que sofreram danos cerebrais e de outros tipos. Um dos primeiros exemplos que conquistou repercussão mundial foi o de Cameron Mott, uma garotinha que, aos nove anos, teve metade do cérebro removido para controlar suas convulsões. A remoção foi feita no lado esquerdo, responsável pelo controle dos movimentos físicos, e, por isso, a expectativa dos médicos era que ela ficasse anos incapacitada. Mas não foi isso que aconteceu. Em pouco tempo, o lado direito do órgão passou a desenvolver as conexões necessárias para realizar as funções do lado esquerdo também, levando Cameron a se movimentar novamente. 

Hoje, a ciência também já sabe que, em caso de perda de um membro, a área cerebral responsável por seu controle motor é ocupada por outros neurônios. É por isso que, ao fazer uma leitura em braile, um cego tem seu centro de visão ativado e pode compreender a mensagem. Também já é comprovado que, mais do que novas sinapses, até mesmo novos neurônios podem ser formados na vida adulta. O nome para esse fenômeno é neurogênese, e ele pode ser observado em pacientes que sofreram acidente vascular cerebral (AVC) por exemplo.

Tudo isso mostra que nosso cérebro pode ser muito mais surpreendente do que imaginamos, e que com empenho e estímulos podemos aprender mais e melhor!

Referências externas:

https://drauziovarella.uol.com.br/drauzio/artigos/plasticidade-cerebral-artigo/ 


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