Professores compartilham experiências com a matemática visual

10 de outubro de 2020

Atualizado em: 22/12/2023

Webinar mostrou com exemplos práticos os benefícios da representação visual no ensino

O uso de recursos visuais para o ensino de matemática não é útil apenas para ensinar crianças pequenas. No webinar A Beleza da Matemática Visual”, promovido pelo Instituto Sidarta, na quinta-feira (8), no Facebook e Youtube do Mentalidades Matemáticas, quatro educadores trouxeram suas experiências de como formas e cores levaram adolescentes e adultos a desenvolver a intuição matemática de maneira mais intuitiva. Apresentado por Jack Dieckmann, diretor do Centro de Pesquisas Youcubed da Universidade Stanford, o encontro contou com Maitê Salinas, formadora do Mentalidades Matemáticas, Indira Vânia Pereira da Silva e Marina Cajado, instrutoras do Curso de Férias Mentalidades Matemáticas, e a mediação de Carol Piaia, também formadora do programa. Clique aqui para rever o webinar.

Dieckmann trouxe o exemplo da matemática Maryam Mirzakhami, primeira mulher a ganhar a Medalha Fields, prêmio mais importante da área, para mostrar como a matemática avançada também é visual. “O seu trabalho é muito de desenho, é muito visual, é muito criativo. Quando falamos sobre a matemática como aberta, criativa, temos isto como exemplo”, disse.

Jack Dieckmann cita Maryam Mirzakhami como exemplo de matemática que sempre explorou a matemática visual.

Ele mencionou estudos de neuroimagens que mostram que a prática da matemática ativa todas as partes do cérebro, numa comunicação complicada e dinâmica entre os diversos sistemas cerebrais. 

Uma das características dos webinários da série “Multiplicando Saberes” é trazer práticas de sala de aula para inspirar outros professores e mostrar como é possível aplicar os conceitos do Mentalidades Matemáticas. Marina Cajado apresentou uma atividade que chama de “pausa para o cérebro”, aplicada numa interrupção da aula regular. “O visual nos ajuda a aprofundar o entendimento matemático, mas nem sempre está presente”, disse. A partir de figuras apresentadas aos alunos, sem valores numéricos, eles deveriam usar a lógica para descobrir qual não pertence ao conjunto. 

Em outra atividade, ela usou o papel diamante, uma espécie de “canvas” como o empregado em desenho de modelos de negócios, para a partir de um mote matemático (uma equação algébrica, por exemplo) trazerem uma representação visual, uma imagem, uma situação da vida real e o procedimento para resolver a equação. Ela mostrou como os alunos chegaram a raciocínios visuais bastante avançados apenas por serem convidados a ver a equação de outras maneiras.

Marina Cajado mostra exemplo de atividade utilizando o papel diamante.

A mudança causada pelo Mentalidades Matemáticas começa nos professores. E Indira Silva deu um depoimento sobre como ela própria descobriu novas nuances da matemática na formação para aplicar a metodologia. Professora do Ensino Fundamental, comentou que tinha “uma briguinha” com a matemática, até a oportunidade de conhecer e aplicar a metodologia, neste ano. De tão entusiasmada que ficou, fez uma anotação em seu diário pessoal contando a novidade que tinha conhecido: 

“Ouvi algo que me fez pensar: se só explicações fossem suficientes, teríamos altos níveis de educação. Ao pensar na minha trajetória enquanto estudante e agora como aprendiz de matemática, percebo que é preciso urgentemente mudar a maneira como a matemática é oferecida aos estudantes. Chegou a hora de potencializar o ensino com cores, símbolos, formas, conectando suas experiências com a vida – ou seja, apresentando a beleza da matemática.”

Indira mostra suas anotações feitas no diário pessoal.

Maitê Salinas propôs uma atividade inicial aos participantes – a mesma que aplica a turmas de todos os níveis. A partir de formas feitas com um número variável de círculos, ela busca levar os alunos a abstrações algébricas. Pintando as bolinhas de diferentes maneiras, os alunos chegam por diferentes caminhos a conclusões semelhantes.

“Às vezes os alunos ficam fechados num cantinho, mas aí você coloca uma imagem e eles começam a se aproximar e vão contribuindo uns com os outros”, disse. “O visual faz um acolhimento a todos, mas também serve como mais uma forma de ver, e quando trazemos diferentes formas de ver estamos olhando para todos”. 

A mediadora do encontro, Carol Piaia, enfatizou a metodologia colaborativa que perpassa a aplicação dessas estratégias. “Quando a gente começa a perceber que é possível contar com outra pessoa e complementar as ideias para se chegar a algo novo, a gente fala: poxa, como é que eu não pensei nisso antes?”, disse. 

Algumas das atividades realizadas no webinar estão disponíveis na plataforma Youcubed. O próximo encontro da série de webinários “Multiplicando Saberes”, promovida pelo Instituto Sidarta em parceria com Itaú Social e apoio do Instituto de Matemática Pura e Aplicada (IMPA),  será em novembro. Não perca!


Mentalidades Matemáticas

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