➔ 1º Encontro Mentalidades Matemáticas
Evento reuniu educadores de 11 estados para debater o ensino da disciplina no Brasil
Atualizado em: 22/12/2023
Fortalecer a nossa comunidade pesquisadora. Foi este o lema que guiou as discussões do 1º Encontro Mentalidades Matemáticas. O evento reuniu, pela primeira vez, representantes de diferentes partes do país para debater a aplicação de estratégias e rotinas pedagógicas baseadas na abordagem, desenvolvida por Jo Boaler no Centro de Pesquisa Youcubed, da Universidade de Stanford (Califórnia, EUA), e aplicada no Brasil desde 2015 pelo Instituto Sidarta, em parceria com o Itaú Social.
Educadores, gestores e estudantes de Pedagogia e de Licenciatura em Matemática de 11 estados brasileiros submeteram trabalhos a uma chamada de artigos, realizada com a finalidade de sistematizar a produção de conhecimento em torno das Mentalidades Matemáticas. Ao todo, foram apresentadas 31 pesquisas, que trouxeram resultados e desafios da implementação da abordagem em salas de aula desde a Educação Infantil até o Ensino Superior, passando também pela formação continuada.
“Para nós, não existe uma hierarquia entre pesquisa e prática, mas sim um trabalho dialogado entre pesquisadores e praticantes. Todos são protagonistas na produção de novos conhecimentos, navegando continuamente entre os campos teóricos e práticos. O Encontro Mentalidades Matemáticas nasceu para proporcionar a essa comunidade de profissionais um espaço aberto para compartilharem e cocriarem novos jeitos de pensar e de fazer educação”, afirma Ya Jen Chang, presidente do Instituto Sidarta.
Após oito anos no país, o programa Mentalidades Matemáticas coleciona experiências positivas com cursos presenciais e online para docentes, grupos de estudos e aplicações em salas de aulas, a partir de parcerias com secretarias de educação. Mais de 11 mil professores já foram formados na abordagem, impactando mais de um milhão de estudantes em cidades como São Paulo (SP), Cotia (SP), Itu (SP), Altamira (PA), Vespasiano (MG) e Santana do Ipanema (AL).
“Por ser uma discussão da prática embasada na teoria, a abordagem Mentalidades Matemáticas abrange todos os níveis de ensino. Com o Encontro, queríamos justamente entender qual é essa prática que estamos trazendo à luz, a partir da teoria da neurociência, da educação matemática e da psicologia da educação, para conseguir avançar cada vez mais e aumentar os níveis de aprendizagem no nosso país”, explica Marina França, coordenadora pedagógica do Mentalidades Matemáticas.
Com apoio também do Instituto de Matemática Pura e Aplicada (IMPA), a programação do 1º Encontro Mentalidades Matemáticas incluiu ainda mesas redondas, oficinas e desafios que combinaram teoria e prática.
“O encontro permitiu o (re)conhecimento de uma comunidade pesquisadora – formada por professoras e professores das redes municipais, estaduais e de cursos de graduação e pós-graduação – que estuda e faz experimentos de princípios de Mentalidades Matemáticas em sua atividade docente. Ao identificar os temas mais frequentes nas produções já realizadas, bem como as carências de trabalhos tratando de determinados assuntos, os grupos já constituídos foram fortalecidos pelas conexões e pelo ingresso de novas pessoas participantes. Até a realização do próximo encontro, esperamos que mais trabalhos acadêmicos sejam desenvolvidos nos programas de pós-graduação em que já estão ou naqueles em que estarão as pessoas que participaram desta primeira edição. Também acreditamos que novas obras (livros, artigos científicos e materiais didáticos) serão publicadas, ampliando a produção nacional sobre Mentalidades Matemáticas, atenta às necessidades de ensino e aprendizagem de matemática para alunas e alunos das diversas regiões brasileiras”, projeta Henrique Marins de Carvalho professor do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de São Paulo – IFSP.
Conheça o comitê científico do 1º Encontro Mentalidades Matemáticas
Todas as atividades realizadas durante essa primeira edição foram concebidas pelo comitê científico montado especialmente para o evento:
Jack Dieckmann (Centro de Pesquisa Youcubed)
Marina Longhi França (Programa Mentalidades Matemáticas)
Annaly Schewtschik (Ensinas – Ponta Grossa – PR)
Cleyton Hércules Gontijo (Universidade de Brasília – UnB)
Henrique Marins de Carvalho (Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de São Paulo – IFSP)
Janaína Oliveira Chaves (IFSP e Programa MM)
José Fábio Boia Porto (Universidade Federal de Alagoas – UFAL)
Liliana Manuela Gaspar Cerveira da Costa (Colégio Pedro II – Rio de Janeiro)
Mateus Gianni Fonseca (Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de Brasília – IFB)
Patrícia Barreto (Secretaria de Educação do Estado da Bahia)
Priscila Macedo Andreani (Secretaria Municipal de Educação de São Paulo)
Thiago Porto de Almeida Freitas (Universidade Federal de Catalão – GO – UFCAT)
Elaboraram e realizaram oficinas, além de terem coordenado grupos de trabalho:
Hévila Costa dos Santos Candido
Juliana Moreno
Valéria Azzi Collet da Graça
Colaboraram no início do projeto, participando parcialmente do comitê científico:
Claricy Alves Silva
Karla Patricia Santos Oliveira Rodríguez Esquerre
Lucas Casanova Silva
