Webinar apresenta estratégias e dicas para aplicar Mentalidades Matemáticas

11 de dezembro de 2020

Atualizado em: 22/12/2023

Último encontro da série ‘Multiplicando Saberes’ mostrou exemplos práticos da abordagem em sala de aula

O programa Mentalidades Matemáticas (MM) não é uma abordagem fixa e pronta, e sim algo desenvolvido ativamente em um processo. O último webinar da série “Multiplicando Saberes”, transmitido na quinta-feira (10) no Facebook e no YouTube, incentivou os professores a darem os primeiros passos para mudar a forma de ensinar. Maitê Salinas e Cassiano Souza, formadores do programa Mentalidades Matemáticas, e Jack Dieckmann, diretor de pesquisa do Youcubed da Universidade Stanford, destacaram estratégias e princípios para inspirar o início da aplicação em sala de aula.

Promovida pelo Instituto Sidarta em parceria com o Itaú Social e apoio do Instituto de Matemática Pura e Aplicada (IMPA), a série “Multiplicando Saberes” teve seis webinários apresentados por Dieckmann com participação de profissionais do MM no Brasil. Desde julho, eles apresentaram os conceitos do programa, evidências e resultados da aplicação da abordagem. O último encontro “Estúdio de Criação: transformando as atividades na sala de aula” era o mais “prático” da série, e teve como objetivo dar ferramentas para os professores criarem novas atividades.

A dinâmica de uma sala de aula do Mentalidades Matemáticas é muito diferente de uma tradicional e o papel do professor é fundamental nesta construção, assim como as chamadas “perguntas poderosas”. Maitê explicou que o professor deve exercer um papel de certa maneira cético, para instigar a reflexão sobre as conclusões tiradas pelos alunos. Ao invés de duvidar dessas conclusões, porém, cabe ao professor pedir maiores explicações sobre elas. Fazendo essas perguntas, o professor privilegia uma forma investigativa de pensar, trabalhando para que os alunos possam fazer suas próprias descobertas. Ela reforça que é importante receber com cuidado o raciocínio dos alunos nesse momento, evitando interrupções e procurando entender os caminhos desenvolvidos por eles. 

“Se no processo houver algum erro, vale a pena investigar o que há de interessante e que pode ser explorado naquele erro”, observou a professora.

Jogos ajudam a desenvolver o senso numérico

Cassiano Souza destacou o uso dos jogos em oposição à mera repetição, como na tradição do ensino da tabuada. Para ele, os jogos são uma maneira de trazer a matemática associada “a algo que dá prazer, não ansiedade”. Por meio dos jogos, os alunos acabam desenvolvendo o senso numérico e também se familiarizando com os fatos matemáticos, mas sem a pressa e o receio de ficar para trás em relação aos colegas que correm para responder. 

“Uma hora jogando, discutindo, pensando na estratégia do outro e evoluindo as suas próprias pode valer muito mais do que uma sessão de repetição e treinos de matemática, inclusive para aprender os fatos matemáticos”, disse Souza, que destacou ainda que os jogos ajudam a flexibilidade numérica. As crianças ficam “à vontade para usar os números de várias maneiras diferentes”.

Para Dieckmann, uma boa prática é não explicar demais os jogos e deixar que as crianças descubram como funcionam. Explicar todas as possibilidades reduz a autonomia e priva os alunos de fazer descobertas próprias. Aqui, o professor pode fazer o papel de alertar a sala quando alguma ideia interessante aparecer. Com isso, pode-se abrir os olhos das crianças para um novo recurso no jogo, surgido dos próprios colegas.

“O trabalho das crianças realmente é brincar. Então, é muito estranho pedir para elas sentarem todos os dias e não jogar”, afirmou Dieckmann.

No debate, Souza defendeu diminuir o número de atividades durante as aulas e aumentar sua profundidade. “Certas coisas serão praticadas, mas com a representação visual e escrita”, explicou. Escapando das tarefas de repetição, “os alunos pensarão no fato e muito mais ao redor dele”. Maitê comentou que os alunos absorvem mais o fato quando entendem “quais são as camadas por trás dele”. Ela destaca estratégias como a do uso de cores e de trazer “enigmas a serem resolvidos” pelos alunos. Essas atividades os envolvem mais na dinâmica da aula. 

Respostas antes das perguntas

Dieckmann também sugeriu uma inversão frutífera de uma dinâmica tradicional de sala de aula: dar respostas aos alunos e pedir que eles descubram as perguntas. Pode-se por exemplo dar um mote numérico e perguntar qual equação teria aquela resposta. 

Em meio a tantas novas tentativas, Dieckmann apontou alguns indícios que os professores podem observar de que os alunos estão interessados. Um deles é um tabu em aulas tradicionais: se os alunos estiverem conversando entre si, é um excelente sinal. Trocando referências, sem usar o professor como ponto central da aula, podem chegar a múltiplas estratégias. 

Outra dica para quem quer mergulhar nesta nova forma de ensinar matemática é procurar outros professores com os mesmos objetivos. “Essa jornada realmente não pode ser solitária”, afirmou Souza. “O melhor é conversar com pessoas que tem as mesmas intenções e que estão no mesmo barco que nós”. Por isso é importante compartilhar estratégias, experiências e atividades com outros professores. Filmar as aulas e reassisti-las para descobrir o que funcionou melhor também pode ser útil.

Ao fim do webinar, os professores que assistiram foram convidados a participar da Rede do Mentalidades Matemáticas, que reúne docentes do todo o país em encontros periódicos para discutir atividades, dificuldades e compartilhar vivências. Para participar da Rede MM, clique aqui


Mentalidades Matemáticas

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